Arquitetos: Sylvio E. de Podestá, Éolo Maia e Jô Vasconcellos
Projeto: 1981
GRUPOS ESCOLARES – CARPE
“Penso que uma escola é um entorno de espaços onde é bom aprender. As escolas começaram com um homem embaixo de uma árvore que não sabia que era mestre discutindo sua compreensão (de um tema) com poucos que não sabiam que eram estudantes.
Os estudantes refletiam sobre o intercâmbio e que era bom estar na presença deste homem. Aspiraram também que seus filhos escutassem um homem assim. Logo levantaram espaços que foram as primeiras escolas. O estabelecimento da escola foi inevitável porque era parte dos desejos do homem”. (Louis Kahn, Form and Design, 1960).
O antigo órgão responsável pela construção de prédios escolares no Estado de Minas Gerais promoveu, em 1981, concursos para edifícios escolares. Um nominado Prêmio Paulo Diniz Chagas, abrangia seis tipologias: edificações para o meio rural, vilas, povoados e periferias (1 e 2), o outro, Prêmio Eduardo Mendes Guimarães, cinco tipologias, construções industrializadas 1, 2 e 3) e semi-industrializado 1 e 2), para cidades de médio e grande porte. Dividiu também o Estado de Minas em quatro regiões, considerando as características particulares de cada uma.
Nesta época, em sociedade com Éolo Maia e Jô Vasconcellos, apresentamos 14 projetos, em todas as categorias (fomos premiados em duas: estrutura em aço com crescimento vertical e grupo escolar para região B, rural e menção honrosa em edifício escolar em estrutura de aço com crescimento misto). Para tantos projetos, dividimos as coordenações e dentre os premiados, Éolo coordenou o de crescimento vertical e eu, o da região B e crescimento misto.
Esta participação intensa produziu soluções e discussões diversas, novos tipos de abordagem sobre o tema, a arquitetura aplicada, novas técnicas e ricos desenhos. Publicaremos alguns destes diversos estudos em caráter ilustrativo e, três trabalhos premiados, com mais destaque.
GRUPO ESCOLAR RURAL (platibandas)
Procuramos realizar um projeto de arquitetura dentro das normas clássicas, propondo um sistema modular de crescimento progressivo, reservando para a “roupagem” deste espaço a liberdade criativa e características do sistema da região em que fosse implantado.
A partir de uma coleta de interpretações tipológicas próprias destas regiões, liberamos o Construtor Licenciado ou o Projetista Regional para terminar o projeto, numa homenagem à cultura popular e anônima destas incríveis casas/prédios de platibandas.
Adotamos, na apresentação do projeto, um fachadismo caracterizado por frontões e platibandas, onde a adoção de cores diversas como a utilizada nas casas, resultaria em prédios inseridos na cultura local, com possibilidade de receber tratamento coerente com suas funções e sem agressões de inserções descontextualizadas.
O sistema construtivo é simples, convencional e eficaz. Sugerimos também o resgate do “letrista” pintor, com suas letras em perspectiva axonométricas, profissão fadada ao desaparecimento.
Deste modo o grupo escolar será o núcleo principal da comunidade rural, servindo e resguardando os valores do lugar, abrindo espaço para a valorização de suas manifestações.