Local: Residencial Tamboré, São Paulo, SP.
Projeto: 1993
Área terreno: 800,00m2
Área: 450,00m2
*Menção Honrosa pela III BIASP/IAB Nacional/93; exposição “A Linha no Espaço”, na reabertura do Museu Mineiro, dezembro de 1993, Belo Horizonte, com a curadoria de Walter Sebastião.
Com o objetivo de promover a especulação intelectual e o debate entre os arquitetos e a sociedade como um todo, a Fundação Bienal de São Paulo, em convênio com o IAB-Nacional, instituiu este concurso. Aberto à participação de todos os seus associados, como parte das atividades da Bienal de Arquitetura 93 realizada em outubro daquele ano, teve como consultores os arquitetos José Carlos Ribeiro e Sami Bussad.
O terreno, em declive e com insolação ortogonal, forneceu as primeiras soluções volumétricas e de localização dos níveis.
Dois volumes interligados por passarelas, onde se localizam as circulações verticais, permitiram vazios/pátios entre eles, que se acomodam no terreno através de escadarias; as aberturas se conduzem para esses pátios. De um lado, um volume curvo, cego para oeste, nasce do nível zero da passarela de entrada principal e tem no seu primeiro patamar um ambiente de estar e contemplação ao lado de um longo espelho d’água lateral, que surge junto com o início da passarela e vai até o fim do volume.
Contrapondo a essa forma livre, um bloco retilíneo e retangular, com sua parte superior ocupada por uma piscina de uma só raia; na sequência, em nível logo abaixo e do lado curvo, temos o estar íntimo e quartos com seus banheiros iluminados zenitalmente pelo espelho d’água superior, com fundo em vidro; no lado oposto, a suite do casal embaixo da piscina; esse nível tem também acesso direto pela garagem, contígua, e pelo primeiro pátio superior.
Num segundo nível, estar/jantar e cozinha numa das alas, com serviço na outra.
Metal espelhado revestiu a curva pelo seu lado externo. Grandes panos de vidro abrem todos os ambientes para a vista fronteiriça. O volume retangular da piscina foi revestido com pedra. Em continuação às passarelas que interligam os dois volumes, massas de alvenaria fecham o terreno até a divisa, fazendo papel de gradil.
Essa ocupação racional de terrenos em declive, com níveis se acomodando às inclinações, vem em contrapartida às terríveis volumetrias surgidas das artificiais “fabricações” de terrenos planos através de grandes cortes e/ou estruturas vazadas. Solução semelhante foi anteriormente utilizada na Residência Mário, Adelaide e meninos e com aclive terrivelmente mais dramático.